www.caphorniers.cl/magallanes/naufragios.htm
Com a decadência econômica e militar da coroa espanhola e o surgimento dos ingleses e holandeses como potencias marítimas, navegaram pelo estreito numerosas expedicoes cientificas, navios mercantes, exploradores, corsários, filibusteros, traficantes.etc.
Ao Estreito de Magalhães chegaram famosos navegantes como o capitão John Strong, Jacques Braunchesne-Gouin, Jacob Mahu, Simon de Cordes, John Narborough, os irmãos Bartolomé e Gonzalo de Nodal, entre outros.
Todos eles contribuíram para formar cartas marítimas da região, de fato, os holandeses foram os primeiros em levantar uma carta náutica e um roteiro de navegacao, que foram editados e publicados pelos cartógrafos holandeses, que eram os melhores da época, os quais foram usados por navegantes de todas as nacoes por mais de dois séculos.
Com a chegada do século XIX o processo de emancipacao das colonias espanholas no continente americano estava em pleno processo.
O general Bernardo O´Higgins, primeiro chefe de estado do Chile independente, sempre teve plena consciência do grande significado que tinha para a república a possessão do Estreito de Magalhães, por isto mesmo a estabeleceu na constituicao de 1822.
Com o surgimento da navegacao a vapor, a toma das Ilhas Malvinas pelos ingleses (1833) e a intencao de Franca de encontrar um enclave nas costas do Estreito, o governo do general Manuel Bulnes viu a urgente necessidade de organizar uma expedicao para tomar possessão do Estreito e instalar um povoado na região. Assim que, no dia 21 de setembro de 1843, o capitão John (Juan) Williams Wilson, comandando a escuna "Ancud", tomou possessão do Estreito de Magalhães adicionando ao território de Chile a mais importante via de comunicacao da época.
Ademas, no dia 30 de outubro do mesmo ano, em Punta de Sant'Ana, no mesmo lugar em que, 263 anos antes Pedro Sarmiento de Gamboa havia tomado possessão do Estreito em nome do reinado de Espanha, formou uma colonia a qual seria apoiada por um serviço de vapores, a que chamou Forte Bulnes em homenagem ao presidente da república.
Ironicamente, contam que, 24 horas depois da fundacao do Forte Bulnes, a escuna francesa, Phaeton, chegou ao Estreito de Magalhães com o propósito de formar uma colonia francesa na região.
De todos modos, a colonia não prosperou. O clima instável e a localizacao não eram apropriados para comportar uma populacao numerosa. Decididamente, o novo governador José dos Santos Mardones mudou a colonia para uma área 60 Km mais ao norte, as margens do Rio Carvão, em Punta Arenas. Assim, em 1848, a cidade de Punta Arenas foi fundada deixando atrás 5 anos de penúrias.
Pouco a pouco, o Forte Bulnes entrou em um período de decadência. Em 1851 foi incendiado deliberadamente e foi reconstruído e reinaugurado entre os anos 1941 e 1943, sendo declarado monumento nacional em 1968.
Hoje o Forte Bulnes é um atrativo turístico pelo significado militar que teve na época em que Chile organizava seu território jurisdicional. Ademas, desde o forte se pode apreciar a majestosa paisagem do sul do Estreito de Magalhães e visitar a Rinconada Bulnes, que é um pequeno povoado de pescadores.
O Forte Bulnes faz parte do Parque História-Patagonia.
www.phipa.cl
Recomendacao: Livro (inglês): The Captive Boy in Tierra del Fuego.
Este livro relata o naufrágio da fragata norte-americana, Manchester, que zarpou dia 7 de abril de 1854 de Nova York com destino a Valparaíso, Chile, baixo o comando do capitão Alexander H Coffin, 14 marinheiros e 2 passageiros: seu filho de 11 anos e sua esposa.
O navio naufragou nas imediacoes do Cabo de Hornos mas o menino sobreviveu.
Perdendo seus pais e acompanhado de outro sobrevivente, Robert Wells, chega em um bote a Terra do Fogo onde se encontra com uma família de indígenas que o hospeda por vários meses até que ele é resgatado pelo bergantim de guerra chileno, Meteoro.
De volta aos Estados Unidos, em sua juventude, ingressa no servico militar e ao participar em uma batalha é gravemente ferido, então a que foi sua professora, Phebe A Hanaford, escreveu o livro, The Captive Boy in Tierra del Fuego, em apoio financeiro do jovem Thomás Coffin. O livro foi publicado em 1877.
Bibliografia:
John Williams Wilson: foi também conhecido por Juan Guillermo, na versão latina de seu nome.
Williams foi um marinheiro britânico que chegou no Chile em 1818 e alguns anos depois ingressou na marinha chilena, obtendo a cidadania através de uma anestia.
Williams participou ativamente na política da república e ficou conhecido na história como o que tomou possessão do Estreito de Magalhães em nome do presidente da república, General Manuel Bulnes, tarefa que ele realizou com eficácia e profissionalismo.
Em sua homenagem, o Porto Luiza, localizado na Ilha de Navarino, Provincia Antárctica, foi rebatizado como Porto Williams, o qual é a cidade mais austral do mundo com uma populacao de 2.400 habitantes, cuja principal atividade é a pesca e a recolha de caranguejos.
Atracão turística no Porto Williams: restos arqueólogicos da cultura yagan e a rota da missão inglesa.
www.museoantropologicomartingusinde.cl
Recomendacao: Trekking
Na Ilha de Navarino se encontra o macico Dientes de Navarino. Para os amantes das montanhas, em 2001, foi desenhado, pelo australiano Clean Lindenmayer, um excelente caminho cuja descricao foi publicada no livro titulado: "Trekking in the Patagonian Andes, da editorial Lonely Planet.
São 53Km de caminho percorrendo os contornos das altas cumes do macico através de vales e ladeiras que desembocam no Canal Beagle, pelo norte, e na baía Nassau, pelo sul.
O sendeiro completo está organizado em 5 tramos, 4 a 5 dias de caminho devidamente sinalizado, dificuldade media a alta dependendo do clima. Quem seguir o sendeiro através da sinalizacao poderá, sem temer, internar-se no macico e apreciar as majestosas cumes graníticas agudas e dentadas de 1.200 metros de altura e ter uma visão do Arquipelago de Wollaston, no Cabo de Hornos.
www.turismoakainij.cl/excursiones.html
www.escalando.cl/navarino.htm
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